05. Now I'm Here (Sheer Heart Attack, 1974)
Escolhi
essa música porque ela sempre me lembra que o Queen era uma banda de rock. Parece óbvio dizer isso, mas é que
acho que a imagem do Queen que ficou
para a maior parte das pessoas foi a do final da carreira, com eles tocando em
estádios gigantes e fazendo a multidão delirar cantando Love of my Life e We are the
Champions. Não que isso não fosse legal, mas é que se a gente fica com essa
imagem de banda pop que lotava estádios a gente meio que esquece que eles,
todos eles, eram super músicos de rock!
Now i’m here, que é uma dessas
músicas que funcionavam muito bem em
estádio (apesar do super solo chatíssimo de 20 minutos do Brian May), mostra
como essa banda podia ser pesada.
Aliás,
eles sempre foram isso até o fim. Essa confusão e separação entre o rock e o
pop era uma coisa da época mesmo, mas é só assistir o começo do Live at Wembley (gravado em 1986), pra
ver como o Queen nunca decepcionou
quando o quesito era honrar o bom e velho rock n’ roll.
Vou
fazer uma predição aqui: se você colocar play no vídeo abaixo eu garanto que
você não vai se segurar e vai fazer um air
guitar constrangedor logo depois dessa parte:
Down in the city just you and me…
04. Liar (Queen,
1973)
Acho
que essa é uma das músicas preferidas da Gisele (minha esposa) e minha também.
É
do primeiro disco do Queen, que a
gente comprou numa liquidação das Americanas, junto com o Queen II e o Live Killers.
Faz um tempão isso. Mas nesse primeiro álbum ainda não tão incrível, essa é
naturalmente uma das músicas que mais chama a atenção.
No
começo o Queen tinha um som mais
seco, mais bruto. O som da guitarra do Brian May ainda não tinha tanto brilho e
o baixo do John Deacon ainda não se destacava. A bateria do Roger Taylor era
hard rock puro e o Freddie Mercury... bem, ele já era o Freddie Mercury mesmo.
Se
ele ficassem sempre assim, sem evoluir para o fizeram em A Night at the Opera, talvez eles nem fossem lembrados como uma das
maiores bandas de todos os tempos. Mas, independentemente disso, Liar sempre poderia fazer parte das
músicas que sintetizam o rock dos anos setenta.
Ah,
e cuidado ao ouvir essa música! Você vai passar o resto do dia cantando:
Liar liar
they never ever let you win
Liar liar
everything you do is sin
Liar
nobody believes you
Liar they
bring you down before you begin
03. '39 (A Night at the Opera, 1975)
Essa
música tem um dos refrões mais bonitos que já escutei:
Don't you
hear my call
Though
you're many years away
Don't you
hear me calling you
Write
your letters in the sand
For the
day I'll take your hand
In the
land that our grand-children knew
Sério,
é uma música emocionante! E tem tudo do melhor do Queen, o melhor de cada integrante da banda. Você escuta e fica
completamente inerte, pensando que o tempo parou... é incrível!
E
a letra é uma piração completa do Brian May. Fico imaginando o que ele tava
querendo dizer. Acho dava pra fazer um filme de ficção científica com essa
história. Vou fazer isso. Um dia...
Essa
música só não ficou mais conhecida porque não saiu como single na época. Eu vi uma vez uma entrevista do Brian May em que
ele dizia que o John Deacon pediu pra uma composição dele, You're my best friend (mais um clássico de A Night at the Opera), sair com destaque no lugar de ’39. Foi um dos momentos decisivos da
história do Queen, sem dúvida.
É
engraçado como essa cultura do single
que depois se solidificou nas coletâneas e nos “The best of...” permitiam ou impediam que algumas músicas chegassem
ao grande público. Eu mesmo sempre adorei ouvir os discos originais e inteiros,
porque sempre dá pra se descobrir alguma pérola que os outros parecem não ter
ouvido. ’39 é uma dessas.
Eu
sugiro que depois de ouvir essa música você se recuse a ouvir qualquer outra
coletânea e procure todos os discos das suas bandas favoritas! Imagina: deve
ter um monte que nem essa dando bobeira em algum lugar...
02. Don't Stop Me Now (Jazz, 1978)
Eu
falei antes (na parte 1 desse top 10) que tinha outra música do disco Jazz, que eu tinha que colocar. Pois então,
é essa. Não teve jeito. Essa música é batida, aparece em propaganda de televisão,
todo mundo já ouviu e reouviu, mas eu não consegui fugir dela: é boa demais!
Se
’39 é a piração do Brian May essa
aqui é a do Freddie Mercury: que letra mais insana, brega, alucinada e fantástica
é essa!
Só
um gênio pode escrever um troço desse e não ser internado num hospício no dia
seguinte:
I'm a
shooting star leaping through the sky
Like a
tiger defying the laws of gravity
I'm a
racing car passing by like Lady Godiva
I'm gonna
go go go
There's
no stopping me
I'm
burning through the sky Yeah!
Two
hundred degrees
That's
why they call me Mister Fahrenheit
I'm
trav'ling at the speed of light
I wanna
make a supersonic man out of you
Cara,
e como isso funciona! Não sei explicar essa música. O piano, a letra, o baixo, o
solo de guitarra exato do Brian May, tá tudo no lugar certo. Não consigo mais
escrever, vou apertar logo o play e cantar
junto aqui feito um louco!
01. Bohemian Rhapsody (A Night at the Opera, 1975)
Como eu
já disse, A Night at the Opera é o
disco perfeito do Queen e Bohemian Rhapsody é, certamente, o
motivo principal. De todas as músicas que coloquei aqui, essa foi a única que
não precisei pensar onde colocar: é a melhor, a mais perfeita criação do Queen.
Ridiculamente,
a primeira vez que ouvi essa música foi assistindo o filme Quanto mais idiota melhor. Tem uma sequência que eles estão no
carro ouvindo essa música e fiquei embasbacado. Que diabo era aquilo? Que música
estranha: melodia pop, com ópera, com uns super riffs... Nunca tinha escutado
uma coisa parecida.
Comprei
A Night at the Opera depois em uma
locadora que tava fechando perto da minha casa. Me roubaram esse CD e depois
Gisele comprou outro pra mim. Nunca cansei de ouvir essa música.
Hoje em
dia quando Arthur pega qualquer instrumento pra fazer um sonzinho, a primeira
coisa que ele decide “tocar” é Bohemian
Rhapsody. Tem bom gosto, o meu filho. =)
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