a coragem é uma das muitas virtudes que não tenho.
segundo montaigne podemos amolecer o coração daqueles que desejam vingança de duas formas: inspirando piedade ou demonstrando bravura.
eu, quando muito, posso inspirar piedade. sou fraco de espírito e tenho medo de tudo.
lembro agora de um exemplo da infância. eu tinha uns 10 anos e brincava com um colega na rua de jogar pedras por debaixo dos carros que passavam. cada um jogava uma vez. era a vez dele: jogou, mas errou! acertou o carro em cheio.
a dona do carro freou alguns metros na frente. o meu colega saiu correndo pra casa. eu continuei sentado na calçada. "não foi culpa minha", pensei.
a mulher saiu do carro já gritando e vindo na minha direção empunhando um rolo de macarrão. o filho dela pegou uma pedra na rua pra bater em mim.
corri como um alucinado. escapei da surra, mas não da humilhação de não ter tido coragem de enfrentá-los, explicando o que aconteceu.
é melhor morrer com honra do que viver na covardia, já nos ensinava o antigo código dos samurais.
a coragem é uma das muitas virtudes que eu não tenho...
:marcos ramon
"o imperador conrado III, assediando o duque da baviera, não consentira em deixar sair da cidade senão as mulheres dos fidalgos que ali se encontravam. comprometera-se a respeitar-lhes a honra mas à condição de saírem à pé e levando apenas com elas o que pudessem carregar; e recusara-se a atenuar tais condições, por mais humilhantes que fossem as satisfações oferecidas pelo inimigo. atentando unicamente para os ditames do coração, lembraram-se as mulheres de levar às costas os maridos, os filhos e o próprio duque. impressionou-se o imperador a tal ponto que chegou a chorar de emoção. o ódio mortal que votara ao duque, cuja desgraça desejava, tornou-se menos violento e partir desse momento ele o tratou, e aos seus, com humanidade." (montaigne, michel de. por diversos meios chega-se ao mesmo fim. in: ensaios. são paulo: abril cultural, 1972, p.13)
segundo montaigne podemos amolecer o coração daqueles que desejam vingança de duas formas: inspirando piedade ou demonstrando bravura.
eu, quando muito, posso inspirar piedade. sou fraco de espírito e tenho medo de tudo.
lembro agora de um exemplo da infância. eu tinha uns 10 anos e brincava com um colega na rua de jogar pedras por debaixo dos carros que passavam. cada um jogava uma vez. era a vez dele: jogou, mas errou! acertou o carro em cheio.
a dona do carro freou alguns metros na frente. o meu colega saiu correndo pra casa. eu continuei sentado na calçada. "não foi culpa minha", pensei.
a mulher saiu do carro já gritando e vindo na minha direção empunhando um rolo de macarrão. o filho dela pegou uma pedra na rua pra bater em mim.
corri como um alucinado. escapei da surra, mas não da humilhação de não ter tido coragem de enfrentá-los, explicando o que aconteceu.
é melhor morrer com honra do que viver na covardia, já nos ensinava o antigo código dos samurais.
a coragem é uma das muitas virtudes que eu não tenho...
:marcos ramon
"o imperador conrado III, assediando o duque da baviera, não consentira em deixar sair da cidade senão as mulheres dos fidalgos que ali se encontravam. comprometera-se a respeitar-lhes a honra mas à condição de saírem à pé e levando apenas com elas o que pudessem carregar; e recusara-se a atenuar tais condições, por mais humilhantes que fossem as satisfações oferecidas pelo inimigo. atentando unicamente para os ditames do coração, lembraram-se as mulheres de levar às costas os maridos, os filhos e o próprio duque. impressionou-se o imperador a tal ponto que chegou a chorar de emoção. o ódio mortal que votara ao duque, cuja desgraça desejava, tornou-se menos violento e partir desse momento ele o tratou, e aos seus, com humanidade." (montaigne, michel de. por diversos meios chega-se ao mesmo fim. in: ensaios. são paulo: abril cultural, 1972, p.13)
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